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A palavra é movimento

Ensinar é um desafio constante. Sabemos estar num mundo onde a escola tem que ser reestruturada em todos os seus aspectos. O que se esperar de uma educação do século XIX no século XXI? Muito provavelmente pessoas num constante conflito, entre saberes obsoletos e aprendizados fundamentais ignorados pelo sistema. Para um mundo novo, uma nova forma de aprender e ensinar.


Uma das coisas que mais estimula meus alunos é perceberem que o que fazem e produzem pode atingir positivamente outras pessoas. Eu, acostumada com o universo das palavras, fui desafiada a escrever a palavra com o corpo. Trabalhando com artes performativas tenho que me desprender do lápis e do papel e assim foi feito. E de um evento, podemos criar imensas formas de ressignificar as palavras que nos acompanham.


Tudo começou no dia 5 de maio, dia mundial da língua portuguesa. Muitas atividades foram feitas pelos nossos companheiros de viagem, e a voz deles foi ouvida nos quatro cantos do mundo. Qual a sua palavra favorita na língua portuguesa?, era a pergunta e a reposta veio de diversos lugares do mundo. Das mais afetivas como amor, paz, família, até as mais estrambólicas como pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico (maior palavra da língua portuguesa com 46 letras), todas foram transformadas em podcasts, em nuvens de palavras e podem servir de mote para uma série de novas atividades. Minha ideia inicial foi que meus alunos interpretassem, através da expressão corporal as palavras que foram compartilhadas conosco. Eles gostaram, mas o resultado não foi o que eu esperava, afinal aquelas palavras eram significativas para outras pessoas. Então, resolvemos fazer com as palavras preferidas dos meus miúdos. O resultado foi incrível! Havia o desafio da escolha de uma palavra que, além de importante para eles, fosse adequada para representação corporal. São crianças do ciclo básico, entre 8 e 10 anos, a abstração e o conhecimento corporal ainda é um processo em construção. Priorizamos a liberdade criativa com sugestões dos amigos e da professora. Criamos alguns gestos de abertura e iniciamos os trabalhos.

Desafio cumprido e as palavras transformadas em gestos levarão as vozes expressadas pelo corpo a outras crianças e professores que levantarão, também, suas vozes num hino ao novo: só a educação liberta! Conheçam agora o trabalho das crianças da EB Couto - Barco, em Guimarães, que desafiam vocês a descobrirem as palavras escolhidas. Será que todos conseguirão descobrir?





















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